segunda-feira, 8 de junho de 2009

Questionamentos e esclarecimentos.

Muitos me questionam sobre como não lanço mão das ditas periodizações convencionais em meus treinamentos. Perguntam-me como quantifico a intendidade e carga dos treinos sem um ''balizamento'' dito científico (periodização).
Primeiro devemos saber se utilizamos a ciência de modo específico para verificar a questão
do volume e intensidade. Aliás acho que a preocupação com relação à esses dois itens chega a ser exacerbada. Não quero dizer com isso que o volume e intensidade não devem ser levados em conta na hora do treinar, longe disso! Refiro-me à constante preocupação dos preparadores com relação a intensidade do treinamento: ''Meus jogadores terão que correr à uma intensidade de 80%'' ou ''Meus meio-campistas hoje irão realizar 6 tiros de 1000 metros com o tempo de 3,5 minutos cada'' . E me perguntam: ''Como, senão dessa forma, você quantifica seus treinamentos?'' E eu respondo: Simples, apenas não treino dessa forma! 
Na minha modesta opinião a intensidade tem que ser a intensidade exigida no jogo, ou próximo disso. Como fazê-lo? Mais simples ainda: Criar situações de treinos onde o atleta se depare com situações mais próximas possíveis das que encontrarão nos jogos! Desta forma além da exigência física ''pura'' (se é possível quantificá-la em separado) estaremos treinando em intensidade mental elevada! Desta forma unimos Tática-físico-técnico-psicológico em nossa sessão de treino. Muito diferente de treinar em corridas quantificáveis (onde não existe a necessidade de se pensar e os gestos motores não são os mesmos) é treinar de modo específico as situações de jogo. Lógico que a esquematização e planificação das sessões de treinamento irão requerer muito mais do nosso pensar, pois passaremos a nos preocupar com o jogar como um todo e não de forma dissociável como o fazemos. Assim vejo a questão do treinar em especificidade.
Abraços e até a próxima!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Coerência na hora do treinar!


Depois de muito tempo ausente devido aos meus compromissos profissionais, retorno para escrever sobre coerência na prática cotidiana de quem trabalha com futebol. Espanta-me muito ainda como existem discrepâncias entre o jogo propriamente dito e o modo de como treinamos para este. Ainda vemos muito por aí metodologias baseadas no antigo e tradicional treinamento para atletismo. Treinamentos recheados de tecnicismos que nada tem a ver com o futebol a não ser somente o puro fato de tanto nesse esporte como no atletismo nos utilizamos da corrida. Ainda pode-se ver treinamentos priorizando de maneira exacerbada exercícios aeróbicos de corridas contínuas muitas vezes utilizando a própria pista de atletismo do CT ou estádio de treinamento. É fácil notar que jogamos de uma forma e preparamos nossas equipes de outra. Treinamentos baseados nos famosos coletivos, finalizações e treinos físicos ''puros'' sem a presença dos fatores que compõem uma partida de futebol: Bola, campo, adversários etc. Desta forma o atleta n precisa tomar decisões (intensidade mental) e está treinando fisicamente de uma maneira que não lhe é comum e exigida quando este está a jogar futebol. Devemos treinar com situações que simulem o que realmente acontecerá durante os jogos, criar exercícios próprios que moldem o estilo de jogar de nossa equipe e que exija dos atletas a necessidade de pensar, de agir e de se sair bem de determinadas situações que lhe serão cobrados nas partidas. O pensamento crítico sobre o que estamos treinando deve ser o primeiro passo para a obtenção de melhores resultados e engrandecimento profissional.
Abraços e até o próximo post!
Gilterlan Ferreira - Preparador Físico de Futebol - CREF 001193-G/RN. Tecnologia do Blogger.