A extinção do preparador físico
O futebol hoje está mais tático do que nunca. Sendo assim, o tempo dedicado aos treinamentos deve ser, cada vez mais, utilizado de forma qualitativa. Quando falo isso, refiro-me a treinar de forma racional e objetiva de acordo com a especificidade do desporto pretendido, no nosso caso o futebol. Hoje no site http://www.cidadedofutebol.com.br/ deparei-me com um interessante artigo: Preparador físico e auxiliar técnico? (que tem a autoria dos colegas Lucas Vinícius e Renato Buscariolli) que corrobora com o meu pensamento: o papel do preparador físico tradicional está com os dias contados!
O futebol é muito complexo para nos preocuparmos somente quantitativamente. Quantas repetições temos q fazer? Em quanto tempo devemos realizar cada volta? Quantos saltos devemos realizar?
A especificidade do futebol está intimamente ligada ao modo como a equipe joga. José Mourinho define a especificidade do futebol em ''ter uma metodologia de treinamento integralmente subordinada ao modelo de jogo.'' Se é dessa forma, temos que transformar a nossa sessão de treino num lugar onde os jogadores executem ações pertinentes ao modelo de jogo da equipe. Como posso treinar de maneira diferente do que pretendo? Se quero que minha equipe adquira hábitos, tenho que criar situações nos treinamentos, na qual os jogadores possam vivenciá-las e não só se deparar com a situação na hora do jogo. Sobre como criar essas situações (exercícios) Rui Faria (adjunto de José mourinho) tem a sua idéia:
Diante disso, como, ainda, perde-se tempo com corridas cíclicas que nada tem a ver com o jogo de futebol, excetuando-se o simples fato do futebol também utilizar-se da corrida? O preparador mais do que nunca tem que entender de futebol. A fisiologia é um suporte que precisamos, mas não a única ferramenta, ainda mais se utilizada de forma isolada.
Abraço e até o próximo post!
''Fundamentalmente temos que perceber que o exercício quando surge já tem que estar configurado de modo a que os comportamentos que pretendemos em termos de princípio, de objectivo, se evidenciem, ou seja quando o estruturamos já críamos condições para que o que pretendemos surja com frequência. Isto é o mais importante, é a Especificidade do exercício e nós como treinadores, em função das nossas necessidades é que vamos elaborar o exercício de acordo com determinado objectivo.''
Diante disso, como, ainda, perde-se tempo com corridas cíclicas que nada tem a ver com o jogo de futebol, excetuando-se o simples fato do futebol também utilizar-se da corrida? O preparador mais do que nunca tem que entender de futebol. A fisiologia é um suporte que precisamos, mas não a única ferramenta, ainda mais se utilizada de forma isolada.
Por isso, não creio que a figura do preparador físico vá perdurar por muito tempo. Falo do preparador físico tradicional. O profissional descontextualizado com o todo. O separatista! Creio que o preparador físico passará a ser um fortíssimo adjunto do treinador. E não somente essa figura reducionista que hoje existe.
Abraço e até o próximo post!